segunda-feira, 12 de maio de 2008

Gana lança-se na produção de biocombustíveis para exportar para a Suécia

Uma empresa do Gana pretende produzir etanol a partir de cana-de-açúcar, a grande escala, a partir de 2010. O negócio está em discussão devido à responsabilidade dos biocombustíveis na crise alimentar mundial.

Um dos objectivos é incluir África no mercado mundial dos biocombustíveis. Esta tem um enorme potencial de crescimento económico neste sector. A empresa quer aproveitar a mão-de-obra barata e a fácil produção.

O projecto do Gana representa um investimento de cerca de 306 milhões de dólares (197 milhões de euros).

Para a Suécia, a importação de etanol do Gana vai reduzir num terço o seu défice em biocombustíveis.

“Existem espaços enormes não utilizados em África. Produzir etanol vai levar dinheiro para lá, que poderá ser utilizado para a agricultura, para comprar alimentos, para pagar educação escolar”, comentou Fredriksson.

Desenvolvidos para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, grandes emissores de dióxido de carbono, os biocombustíveis são hoje acusados de agravar a crise alimentar, na origem de confrontos violentos em vários países.

Fonte: "Publico"

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Metade dos portugueses vive no estrangeiro!

O número de portugueses que emigraram, dentro da Europa, aumentou 52,6 % entre 2000 e 2006. A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal Diário de Notícias, que cita o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE.

Metade da população nacional vive no estrangeiro. Cinco milhões de portugueses optaram por emigrar e, na Europa, o valor subiu de 419 mil para 639 mil pessoas nos últimos seis anos.

Apesar de muitos cidadãos lusos continuarem a emigrar para a Suíça, Andorra, Luxemburgo e até França, há um acréscimo de fluxo para Espanha e o Reino Unido. Apenas na Alemanha se registou uma diminuição de portugueses.

Desde a década de 80 que Portugal também se tornou num país de destino para muitos que procuram uma vida melhor, mas isso não significou que menos portugueses procurassem outro futuro lá fora.

Jorge Malheiros, o autor do relatório português, explicou ao Diário de Notícias que «os portugueses continuam a emigrar. E, quando se compara a evolução do emprego em Portugal entre 2003 e 2006, verificamos que este estabilizou. Se tirarmos o crescimento dos estrangeiros empregados, o emprego dos portugueses diminuiu, o que quer dizer que esses tiveram que ir para algum lado».

Depois de muitos anos a rumar para outros continentes, os portugueses parecem agora preferir a Europa. De acordo com o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE entre 2000 e 2006 o número de nacionais duplicou em Espanha e Andorra. Mas há ainda outros números curiosos como, por exemplo, na Irlanda onde a subida de emigrantes lusos foi de 246 por cento.

No entanto, segundo o Diário de Notícias os novos fluxos migratórios traduzem-se em dois tipos de emigrantes: os que rumam para a Suíça e para o Reino Unido, em busca de trabalhos duradouros, e os que preferem Espanha, França e até Holanda, para trabalhos temporários. Estes últimos são quase sempre recrutados por agências de trabalho temporário.

Olhando para os vários continentes encontramos 1,3 milhões de portugueses nos Estados Unidos, 800 mil em França e 700 mil no Brasil.

Entretanto, a secretaria de Estado das Comunidades considerou que não há dados que sustentem um aumento da emigração de portugueses para a Europa, situação que será resolvida com a criação, terça-feira, do Observatório da Emigração.

Por sua vez, o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, Carlos Pereira, disse à Lusa que apesar de não existirem números, há indicadores que apontam para um maior número de emigrantes portugueses na Europa. «Não há números, há indicadores. Vivo em Paris e basta-me ir à rua para ver passar muitos carros com matrícula portuguesa», disse, adiantando que «nos últimos quatro, cinco anos se nota um crescimento impressionante de automóveis portugueses».


Fonte: IOL Diário

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Oceano Árctico está a arrefecer

O mar profundo da Antárctida está a arrefecer, o que pode estar a estimular a circulação das massas de água oceânicas. Esta conclusão foi alcançada pela expedição a bordo do "Polarstern", sendo iniciativa do Instituto alemão Alfred Wegener para a Investigação Polar e Marinha que terminou na semana passada em Punta Arenas, no Chile.

Sob a direcção de Eberhard Fahrbach, oceanógrafo do Instituto Alfred Wegener, estiveram a bordo do PolarSern 58 cientistas de 10 países diferentes e ,para chamar a atenção do público, em particular os jovens, duas professoras alemãs entre 6 de Fevereiro e 16 de Abril. Os principais projectos a bordo eram o CASO (Climate of Antarctida and the Southern Ocean e o GEOTRACES, que faz parte do programa oficial do Ano Internacional Polar, para o Antárctido. Os objectivos da expedição eram estudar as correntes oceânicas, a distribuição da temperatura, os níveis sal e fizeram análises das substâncias na água do mar antárctico.

Segundo o responsável, o afundamento das massas de água no oceano antárctico está relacionado com as alterações da região, sendo isso determinante no clima global.

Impacto do Oceano Antárctido

"Enquanto o último Verão árctico foi o mais quente registado, tivemos um Verão frio, com o gelo marinho a atingir o máximo alguma vez registado no Antárctico. Esta expedição deve dar-nos as bases para compreender os desenvolvimentos opostos que estão a ocorrer nos dois pólos", salientou Fahrbach.

No contexto do projecto GEOTRACES, a equipa verificou uma diminuição da concentração de ferro, que também é a mais baixa alguma vez registada no oceano. Segundo os investigadores, como o ferro é vital para o crescimento das algas, que absorvem CO2 do ar, pode-se utilizar este valor para se opor à mentalidade de que a extensão dos oceanos aumenta o sequestro de CO2.

Rede autónoma de observação de medição

De acordo com os responsáveis os dados recolhidos durante a expedição não serão suficientes para determinar consequências e desenvolvimentos a longo prazo pois as alterações oceânicas só se tornam visíveis depois de vários anos e diferem espacialmente.

Fonte: Ciencia Hoje
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quinta-feira, 10 de abril de 2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Aumento de CO2 destrói defesas das plantas contra os insectos

O dióxido de carbono (CO2) diminui as defesa químicas habituais das plantas contra os insectos que se alimentam das suas folhas, segundo um estudo publicado na semana passada (23/03/2008-30/03/2008), realizado pela Proceedings of the National Academy of Scientes.

Esse estudo resultou de um trabalho pioneiro desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Illinois, liderado por Mary Berenbaum e realizado num laboratório a ar livre, possibilitando a exposição de uma área de plantação de rebentos de soja a diferentes níveis de CO2 e ozona da atmosfera, mas estando ela susceptível a outros factores, como a precipitação e os insectos.

Já se sabia que o CO2 acelera a fotossíntese e a proporção dos carboidratos relativamente ao azoto nas plantas mas o que se queria saber era o impacto causado sobre os insectos que se alimentam das mesmas.



Para isso, expuseram uma cultura de rebentos de soja a elevados niveis de CO2. No fim verificaram que as plantas em investigação foram mais devoradas do que as outras em condições normais, pois tinham atraído muito mais insectos (ex.: pulgões). Segundo os investigadores as lagartas e outras larvas precisam de azoto para crescer, mas insectos já adultos conseguem sobreviver e prociar com uma alimentação baseada em carboidrato, explicando a sua preferência pela plantação em estudo.

Ainda dentro desta realizou-se um estudo que observavam os besouros em três áreas de plantação diferentes, expostas a meios diferentes: uma com CO2 elevado e s outras duas com CO2 baixo mas numa delas com o nível de carboidrato reforçado artificialmente.

Os da primeira área sobreviveram mais tempo, consequentemente puseram mais ovos do que os das outras duas.

Depois analisaram as vias de sinalização hormonais, focando o mecanismo de defesa da planta. Quando o insecto começa a comer as folhas, os rebentos de soja e outras plantas produzem uma hormona (ácido jamónico) que faz disparar uma cadeia de reacções químicas para aumentar as suas defesas. Normalmente, neste processo é produzido em níveis elevados um composto chamado inibidor da protease, e quanto este é ingerido pelos insectos, a sua capacidade de digerir folha é inibida.

"Este estudo demonstra que as alterações globais do ambiente são multifacetadas", aponta Berenbaum. "O impacto dos níveis elevados de dióxido de carbono ao nível da capacidade de resposta aos ataques de insectos é aumentado pela presença de pestes invasivas nos campos de soja. Os besouros-japoneses, como o próprio nome indica, têm uma presença relativamente recente nesta plantação de rebentos de soja em Illinois. Estão a provocar estragos consideráveis e o que este estudo sugere é que a sua capacidade para destruir plantações vai continuar a aumentar ao longo do tempo", assinala.



Fonte: "Ciência Hoje"


Mais sobre: Fotossíntese

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Inovação: Portugal no grupo dos mais atrasados do painel de avaliação europeu!

Portugal faz parte do grupo de países europeus mais atrasados em matéria de inovação, segundo o painel de avaliação de 2007 publicado em 14 – 02 – 2008 pela Comissão Europeia em Bruxelas.
O estudo comparativo da capacidade de inovação mostra que a Europa continua, nesta área, atrasada em relação ao seu grande concorrente económico, os Estados Unidos, apesar de, nos últimos cinco anos, a diferença ter diminuído. Segundo Bruxelas, Portugal tem "fraquezas relativas" nas áreas da "criação de conhecimentos" e "propriedade intelectual".
O painel de avaliação estabelece um balanço anual dos resultados na área da inovação e é baseado numa grande variedade de indicadores: condições estruturais, criação de saber, esforços das empresas em matéria de inovação e os resultados em termos de novidades (produtos, serviços e propriedade intelectual).
Os primeiros países nesta lista crida pela União Europeia, a quem chamam os "campeões da inovação" são: Suécia, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Israel, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
Em seguida vêm os "países seguintes", com a Áustria, Bélgica, Canadá, França, Islândia, Irlanda, Luxemburgo e Holanda.
No terceiro grupo de "inovadores moderados" estão Chipre, República Checa, Estónia, Itália, Noruega, Eslovénia, Espanha e Austrália.
Finalmente, vêm os "países a recuperar terreno", com a Bulgária, Croácia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, Roménia e Eslováquia. A Turquia é a "lanterna vermelha" pois está bastante mal.


Fonte: Ciência Hoje

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aumento da desigualdade social em Portugal

Ontem (21/02/2008), as desigualdades foram o tema da interpelação feita pelo Bloco de Esquerda (BE) ao Governo.

O BE acusou o primeiro-ministro, José Sócrates, de ter agravado “o fosso entre os ricos e os pobres” em três anos de governação.

Além do aumento do desemprego, “o país piorou porque os mais ricos têm hoje uma arrogância como nunca tiveram” diz Louça, apresentando como exemplo as indemnizações recebidas por cinco ex-administradores do BCP – 80 milhões de euros.
Esta quantia corresponde, nas contas do deputado e economista, a dez mil anos de salários de um português.



Carlos Farinha Rodrigues, investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão, afirmou que “um dos principais motores de desigualdade em Portugal continua a ser a desigualdade salarial.”


Segundo o mesmo, que possui estudos publicados sobre a distribuição do rendimento, desigualdade e pobreza em Portugal, a desigualdade salarial deve-se principalmente à educação. Acrescentou que a solução passa “pela complementaridade de várias medidas”, no entanto para Portugal conseguir reduzir a pobreza e a desigualdade tem-se que apostar fortemente na educação.

Consoante com os dados do Instituto Nacional de Estatística, de Janeiro deste ano e com base no Inquérito de Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2006, existe uma acentuada desigualdade na distribuição dos rendimentos em Portugal. Esses mesmo referem o facto de o rendimento dos 20% da população com maior rendimento é 6,8 vezes maior que o rendimento dos 20% da população com menor rendimento.

O coeficiente de Gini, indicador de desigualdade na distribuição do rendimento que varia entre zero (quando todos os indivíduos têm igual rendimento) e 100 (quando todo o rendimento se concentra num único individuo, é de 38 pontos, sendo igual desde 2004. Mas encontra-se acima da média europeia, 31 pontos.






Fontes: "RTP" e "Diário de Notícias"

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Possíveis repercussões da independência do Kosovo

Belgrado não mente quando liga o Kosovo à essência da Sérvia. Basta notar, por exemplo, que os principais locais de culto desse povo de cristãos ortodoxos estão no território que, se independente, será um país islâmico. Não cabe aqui a complexidade histórica, importando notar apenas o modo como, sobretudo por uma natalidade destravada, os albaneses se tornaram esmagadoramente maioritários, factor nada despiciendo numa região onde os nacionalismos são exacerbados, os ódios corrosivos e as feridas muito profundas.

A questão da independência do Kosovo desenhou-se após a morte de Tito, em 1980, que desencadeou a desagregação da Jugoslávia. Momento marcante foi a ascensão de Slobodan Milosevic ao poder, na Sérvia, pela agudização dos nacionalismos que levou às sangrentas guerras da primeira metade da década de 1990. Após os acordos de Dayton, que criaram novos estados e esqueceram o Kosovo, a população albanesa começou a organizar a resistência armada em torno do UÇK (Exército de Libertação do Kosovo), que levou à intensificação da repressão da Sérvia e à intervenção da OTAN (1999). Hoje, só as forças internacionais dão à minoria sérvia algum descanso, sob a ameaça latente da maioria.

A consumar-se, a independência do Kosovo pode estimular outras ambições. O País Basco ou a zona de Chipre ocupada por turcos são exemplos óbvios, mas admite-se que a sequela ocorra logo ao lado. Basta referir que 88% dos habitantes da Republika Srpska, um dos dois grandes sectores que compõem a Bósnia-Herzegovina, são sérvios desejosos de ser absorvidos pela grande pátria.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PIB português aumentou em 2007

A economia portuguesa cresceu 1,9%, no ano passado!

Este crescimento foi o mais elevado registado desde há seis anos, apesar do Instituto Nacional de Estátistica (INE) reviu em baixa a evolução da economia no terceiro trimestre, que diminuiu relativamente aos três meses anteriores.




O Governo previa um crescimento de 1,8%, mas admitiu que existia a possibilidade de chegar a 1,9%. Esta previsão era partilhada também pelos organismos internacionais.

"É o maior crescimento dos últimos seis anos, o que nos deixa muito satisfeitos pela performance da economia em 2007", afirmou Sócrates.

Isto pode ser justificado pelo facto de, no último trimestre do ano, ter havido uma aceleração da economia portuguesa. Em termos homólogos, o PIB (Produto Interno Produto) cresceu 2%, sendo o mais rápido desde o segundo trimestre de 2004. Mas, em cadeia, representa um crescimento de 0,7%.

"Devemos encarar estes números sem triunfalismo, mas com confiança. A nossa economia está hoje muito melhor do que estava há três anos para responder aos desafios e para enfrentar as incertezas do ano de 2008", referiu o primeiro-ministro.

As previsões do Governo, indicam um crescimento de 2,2%, em 2008.

Fontes: "Jornal de Negócios" e "Portugal Digital"

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Colheitas na África e na Índia podem sofrer uma queda

Um estudo coordenado por David Lobell, do programa de segurança alimentar e ambiente da Universidade de Stanford (EUA), usando simulações de computador que juntam as possíveis alterações climáticas e a resposta das lavras a elas, afirma que países de África e do sul e sudeste da Ásia vão sofrer reduções significativas nas suas safras dentro de 20 ou 30 anos.

Os países do sul de África podem vir a sofrer na sua mais importante cultura, o milho, uma diminuição de produtividade de 30%, enquanto que a Índia e o Paquistão podem vir a sofrer também em elementos-chave da alimentação, o arroz, o milho e o milho-painço, uma perda de 10%.


“A maioria dos cerca de mil milhões de pobres no mundo depende da agricultura para viver. Infelizmente, a agricultura é a actividade humana mais vulnerável às mudanças climáticas”, disse David Lobell.

O Brasil seria também afectado, com uma baixa de 5% nas suas colheitas de milho, mandioca, trigo e arroz. Nesse estudo também dizia que poucos os países pobres beneficiariam com as alterações climáticas. São exemplos a China e a América Central.

As previsões feitas por Lobell tiveram em conta as regiões onde se verificam graves problemas de fome. A maioria dessas regiões situa-se na Ásia Subsariana, na Ásia e na América Central.

Mas estes resultados são evitáveis. Em certos casos, para escapar ao pior, chega trocar as culturas vulneráveis por outras mais robustas às alterações climáticas. Mas para ter a certeza que o pior não vai acontecer, seriam necessários grandes investimentos em irrigação, desenvolvimento de novas variedades de plantas e em adubação química. E para isso seria necessário muito capital, que é algo que esses países não têm.


Fontes: Publico e Globo Online