sexta-feira, 25 de abril de 2008

Oceano Árctico está a arrefecer

O mar profundo da Antárctida está a arrefecer, o que pode estar a estimular a circulação das massas de água oceânicas. Esta conclusão foi alcançada pela expedição a bordo do "Polarstern", sendo iniciativa do Instituto alemão Alfred Wegener para a Investigação Polar e Marinha que terminou na semana passada em Punta Arenas, no Chile.

Sob a direcção de Eberhard Fahrbach, oceanógrafo do Instituto Alfred Wegener, estiveram a bordo do PolarSern 58 cientistas de 10 países diferentes e ,para chamar a atenção do público, em particular os jovens, duas professoras alemãs entre 6 de Fevereiro e 16 de Abril. Os principais projectos a bordo eram o CASO (Climate of Antarctida and the Southern Ocean e o GEOTRACES, que faz parte do programa oficial do Ano Internacional Polar, para o Antárctido. Os objectivos da expedição eram estudar as correntes oceânicas, a distribuição da temperatura, os níveis sal e fizeram análises das substâncias na água do mar antárctico.

Segundo o responsável, o afundamento das massas de água no oceano antárctico está relacionado com as alterações da região, sendo isso determinante no clima global.

Impacto do Oceano Antárctido

"Enquanto o último Verão árctico foi o mais quente registado, tivemos um Verão frio, com o gelo marinho a atingir o máximo alguma vez registado no Antárctico. Esta expedição deve dar-nos as bases para compreender os desenvolvimentos opostos que estão a ocorrer nos dois pólos", salientou Fahrbach.

No contexto do projecto GEOTRACES, a equipa verificou uma diminuição da concentração de ferro, que também é a mais baixa alguma vez registada no oceano. Segundo os investigadores, como o ferro é vital para o crescimento das algas, que absorvem CO2 do ar, pode-se utilizar este valor para se opor à mentalidade de que a extensão dos oceanos aumenta o sequestro de CO2.

Rede autónoma de observação de medição

De acordo com os responsáveis os dados recolhidos durante a expedição não serão suficientes para determinar consequências e desenvolvimentos a longo prazo pois as alterações oceânicas só se tornam visíveis depois de vários anos e diferem espacialmente.

Fonte: Ciencia Hoje
Mais sobre:

Sem comentários: